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PREFEITO DE SP PEDE À AGÊNCIA REGULADORA QUE CANCELE CONTRATO COM A ENEL



O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse hoje que pediu à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que cancele o contrato de concessão com a Enel. Nunes elencou problemas que a prefeitura tem enfrentado com a Enel, e não apenas os recentes apagões na cidade. A multinacional assumiu o fornecimento de energia na capital e em 23 municípios da Grande São Paulo em 2018.

"Não é só por conta dessas chuvas que aconteceram no dia 3 de novembro", afirmou. "A gente já vinha há muito tempo discutindo com a Enel uma série de questões." A declaração ocorreu na manhã de quinta-feira (16), em vistoria a obras no córrego Água Espraiada, zona sul da capital. 

UNIDADES DE SAÚDE AINDA SEM ENERGIA
O prefeito mencionou a existência de cinco UBS (Unidades Básicas de Saúde) sem energia elétrica. "Estão prontas aguardando a Enel fazer a ligação de energia", disse. Nunes também citou problemas em um conjunto habitacional na Vila Olímpica. "A gente não consegue inaugurar há cinco meses porque a Enel não vai fazer a ligação de energia”, afirmou o prefeito.

Nunes afirmou que também notificou o Procon. "Agora o governo federal precisa ter uma postura, eu não tenho poder de fiscalização e de autuação, o que me cabe foi recorrer à Justiça e estar aqui aproveitando o canal de vocês na imprensa para poder colocar a dor da cidade de São Paulo com essa companhia que é uma péssima companhia para a cidade", concluiu.

A Enel e a agência reguladora não se manifestaram sobre a declaração do prefeito. A prefeitura não explicou quem assumirá o serviço caso a Enel saia. Sobre os problemas de falta de energia em São Paulo, a Aneel disse por meio de nota que instaurou um "processo de fiscalização", que tem dado "prioridade máxima ao tema" e que "pretende ter os primeiros resultados em 30 dias”. 

PRESIDENTE DA ENEL VAI À CPI, MAS NÃO COMENTA
Nesta quinta (16), a CPI da Enel na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) interrogou o presidente nacional da empresa italiana, Nicola Cotugno. Questionado sobre a declaração do prefeito, Cotugno preferiu não comentar.

"Eu não quero comentar essa declaração que não escutei", disse. "Acho que é correto por minha parte deixar para momento futuro [comentar] porque não tenho como examinar as palavras e o contexto. Vamos analisar e abrir as discussões que pertencem a esse caso", afirmou.

Durante a CPI, ele admitiu que 290 mil pessoas ficaram sem luz na noite de ontem, mas que a energia será totalmente restaurada ainda hoje. A empresa afirmou que a cidade pode ficar sem energia se tiver ventos a mais de 100 km/h, mas garantiu estar preparada para reestabelecer os serviços rapidamente.

Ele defendeu a terceirização de parte dos serviços da Enel e admitiu a possibilidade de novo apagão. Declarou também que se expressou mal por ter dito em artigo na Folha de S.Paulo que não deveria se desculpar pelo apagão do dia 3 de novembro, quando 2,1 milhões de pessoas ficaram sem energia. 

FONTE: UOL


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