Para
decepção dos saneparianos e paranaenses, a partir de 21/12, talvez já saibamos
que a Sanepar é menos pública e mais sujeita aos interesses de acionistas
privados.
Uma
matéria publicada hoje no jornal Folha de Londrina informa que já deve ser
conhecido o resultado das viagens e movimentações de oferta de ações que
noticiamos recentemente, feita pelo presidente e diretores da Companhia aos
EUA.
Ontem,
19/10, terminou o prazo do período de oferta das ações, chamado de roadshow, e
elas já podem ser negociadas na bolsa de valores, BM&FBovespa. Os
interessados em comprar as ações vão agora fazer suas ofertas. Nesse tipo de
compras, os investidores interessados podem fazer suas ofertas por volumes de
ações, propondo a reserva de quanto querem adquirir. O preço final da venda das
ações dependerá dos valores dessas ofertas.
A intenção anunciada inicialmente pelo
governo e pela diretoria da Empresa era arrecadar entre R$ 1,42 e R$ 1,72
bilhão com venda de ações da Sanepar, conforme noticiou a própria Folha de
Londrina, no dia 08/12. Mas na matéria da Folha de Londrina de hoje, 20/12, esse
valor intencionado já aparece limitado a arrecadação de R$ 1,2 bilhão.
Está aí um assunto do maior interesse para
todos os paranaenses. Como é possível que a expectativa varie tanto? Quanto
deveriam valer as ações da Sanepar, considerando a segurança de retorno que
representam ao longo do tempo, por haver exclusividade na exploração do
saneamento?
A matéria de hoje da Folha de Londrina aponta
que as ações da Sanepar dobraram de preço de julho até agora, indo de R$ 5,00 para R$ 9,88, mostrando um aumento muito
maior que os das demais empresas consideradas importantes no mercado acionário,
que subiram em média 16% nesse período.
Tudo
indica que a possibilidade de privatização, somado aos bons resultados
financeiros da Sanepar, mais a garantia de mercado de seus serviços estão
atraindo os interessados nessa lucratividade.
A
questão é que as ações estão sendo vendidas sem a opinião pública ter uma
dimensão de qual deveria ser seu valor e se trata de um patrimônio que foi
construído em muitas décadas, pelo esforço dos saneparianos e da
população. É correto um governo dispor assim
de um patrimônio, dando outra prioridade ao saneamento, quando deveria ser um
serviço público essencial? O que, concretamente, pretendem com os recursos
arrecadados, para que a população possa julgar se vale essa venda?
A direção da Sanepar e o governador devem
satisfações e informações aos paranaenses.