Após as cobranças do SAEMAC sobre os problemas que atingem os trabalhadores do atendimento, aconteceu, na tarde desta terça-feira (07), uma reunião entre a comissão negocial da Sanepar e as entidades sindicais que cobraram da empresa agilidade para solucionar a questão. A falta de organização da diretoria tem exposto os trabalhadores do atendimento à uma carga excessiva de trabalho e stress, além de colocar em risco a segurança dos funcionários que são obrigados a enfrentar a raiva e frustração da população.
Cobrada,
a empresa apresentou um plano para tentar diminuir o fluxo de atendimentos: vai
suspender o corte de abastecimento até o dia 31 de maio e reforçar a segurança
com mais efetivo além de solicitar um maior apoio da guarda municipal. Também
disse que a fase de treinamento de uma nova turma de menores aprendizes está
sendo finalizada.
Além
disso, a empresa também se comprometeu a deslocar funcionários de outros
setores e gerências para reforçar o efetivo nos locais que apresentarem alta
demanda de atendimentos, o que na visão do SAEMAC é vestir um santo desvestindo
outro, já que deslocar um funcionário é desfalcar o setor que ele está lotado. É
preciso mais! É preciso atacar a raiz do problema. O que tem causado toda essa
situação é a defasagem de funcionários e
a terceirização desenfreada com empresas descomprometidas que prestam maus
serviços.
Já faz mais de 10 anos que a empresa não faz concurso público para completar
seu quadro funcional. Tem trabalhador sendo obrigado a acumular função. A
diretoria da empresa apostou na terceirização de serviços, o que só tem trazido
prejuízos e manchado o bom nome que os
trabalhadores construíram ao longo de sua história. Abundam em todo o Paraná,
os casos de maus serviços prestados pelas terceirizadas que deixam o serviço
pela metade, não pagam seus funcionários e prejudicam toda a população. No
final, quem acaba tendo que cobrir os serviços são os funcionários da própria
empresa, que além de fazer o seu serviço, tem que fazer o que seria das
terceirizadas. Uma vergonha. Enquanto a diretoria, que está encastelada e protegida nos seus gabinetes, não mudar
essa mentalidade, quem tem que ficar pagando o pato, se estressando e colando o
sua segurança em risco, é o sanepariano
que está na linha de frente da empresa e que tem que segurar a bronca da
população.
Sobre o deslocamento de funcionários, o SAEMAC já alerta que nenhum trabalhador
é obrigado a sair do local de trabalho que está lotado para cobrir outro local.
Se chegar gerente ou chefia querendo obrigar o trabalhador a ter que cumprir um
expediente onde não seja seu local efetivo de trabalho, ele não é obrigado a cumprir.
Qualquer trabalhador que se sentir
constrangido ou assediado deve entrar em contato imediatamente com o SAEMAC ou
o diretor sindical de sua gerência para denunciar a situação. Não é com assédio
moral que a desorganização da empresa vai ser resolvida.
Na reunião, as entidades
sindicais foram enfáticas em cobrar a solução efetiva do problema: mais
contratação de funcionários e a desterceirização dos serviços. As medidas
paliativas anunciadas pela comissão negocial são bem vindas, mas não resolvem o
problema. Dessa forma, o SAEMAC foi taxativo
em deixar claro para a diretoria a insatisfação dos trabalhadores, cuja
paciência está se esgotando. Até agora
são reuniões e reuniões e nada de efetivo acontece. Assim, foi deixado bem
claro que está é a última oportunidade
para a diretoria se mexer para resolver
o problema. O conceito da diretoria está tão baixo que, desacreditados, os trabalhadores
já se mobilizam para cruzar os braços em todo o estado em protesto contra a
desorganização da empresa. O trabalhador não tem sangue de barata. Se
coça, diretoria.