Foto: Leonardo Morrone/RPC |
Seja em âmbito federal ou estadual, já há algum tempo
estamos presenciando ações e mais ações que visam desestruturar por completo o
setor trabalhista brasileiro, precarizando as condições e relações de trabalho,
retirando direitos e criando todo tipo de empecilhos que dificultam o acesso
dos trabalhadores a esfera judicial.
Na semana passada, o Governador Ratinho Junior e deputados
aliados ao seu Governo, conseguiram acabar com a licença-prêmio automática por
tempo de serviço, um direito de mais de 40 anos dos Servidores Públicos do
Estado do Paraná. A primeira votação realizada na ALEP na terça-feira, dia 08
de outubro, ocorreu sob forte protesto, e teve como resultado, 39 votos a favor
e 12 contrários. A proposta, no entanto foi retirada da pauta para a análise
das 32 emendas apresentadas pela a oposição.
Confira como votaram os deputados:
Uma nova votação aconteceu nesta terça-feira, dia 15 confirmando o fim da licença-prêmio por 37 votos a 13. O texto do governo recebeu um substitutivo com algumas emendas. Entre elas, a que estabelece que a lei somente será aplicada noventa dias após a sua publicação. Mas na prática não muda o principal.
Confira como votaram os deputados em 2ª discussão:
A licença prêmio foi instituída até como uma forma de
compensar o servidor público pela diferença de direitos existentes com aqueles
que trabalham no regime de CLT, dentre estes, a falta do FGTS e férias
remuneradas. Na prática, após cinco anos de trabalho, os trabalhadores tinham
direito a uma licença de três meses. Com a proposta passa a valer apenas a
licença capacitação, na qual o trabalhador poderá se afastar para fazer algum
curso, desde que ele mesmo o financie e que seja de interesse da administração.
A desculpa do Governo para mais este ataque, é a necessidade
de se fazer uma reforma administrativa com diminuição dos gastos, mas tendo em
vista que nada está sendo oferecido em troca do direito que está sendo
suprimido e que vai contra cláusulas que tratam do não retrocesso social em
direitos fundamentais, a aprovação desta proposta é um ato explícito de
inconstitucionalidade. Infelizmente, mais uma vez é o trabalhador quem vai
“pagar o pato”.