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PACOTAÇO DE BETO RICHA PREVÊ VENDA DE AÇÕES E BENS DA SANEPAR E DA COPEL

Beto Richa retomou a iniciativa de vender ações Sanepar e da Copel para aumentar o caixa de seu governo. O governo estadual enviou ontem, 16/08, para a Assembleia Legislativa um projeto de lei contendo 153 artigos, com mais de 20 temas diferentes e sem afinidade um com o outro, que os deputados e comentaristas da política paranaenses estão chamando de “pacotaço” de medidas.

Entre as principais medidas contidas no “pacotaço” está a autorização para a venda de ações da Sanepar e da Copel, desde que assegurada a manutenção do controle acionário das duas empresas pelo estado. Também está prevista a revogação do dispositivo legal que determina que o Estado deve deter, no mínimo, 60% das ações ordinárias da Sanepar, aquelas que dão direito a voto.

O governo, que detém 51,38% das ações totais da Sanepar, poderá ficar com apenas 24,83%, em caso de venda, uma redução de 26,55%. Isso se torna possível porque o Estado, poderá se desfazer deste volume de ações mantendo o controle acionário no limite mínimo legal. No caso da Copel, Estado é dono de 31% das ações totais e, em caso de venda, poderá passar a ter somente 26,5%, mantendo-se dentro do limite legal como controlador acionário.

Segundo cálculos da assessoria dos deputados oposicionistas, se forem considerados os preços atuais das ações das duas estatais paranaenses, a venda deste volume possível resultaria em uma receita de cerca de R$ 1 bilhão aos caixas do Estado. O governo de Beto Richa está mirando essa possibilidade, e não para por aí, porque no “pacotaço” prevê também a possibilidade de o governo alienar, ou seja, vender, imóveis da Sanepar, da Copel e da Cohapar e renegociar dívidas com a Copel e Sanepar. Ou seja, quer permissão para vender ações e bens das duas empresas e ainda para adiar pagamento das dívidas que tem com elas.

Os deputados oposicionistas reagiram de imediato ao projeto de Beto Richa. Para o deputado Requião Filho (PMDB, líder da oposição, trata-se de uma estratégia para “cobrir o rombo de um governo perdulário, que gasta mais do que arrecada”. O deputado Tadeu Veneri (PT) chamou de “tragédia” o pacote de medidas previsto no projeto, por conter taxas que vão gerar aumento do custo de vida e por prever a venda do patrimônio dos paranaenses.


O Saemac irá se articular aos demais sindicatos que representam trabalhadores da Sanepar e da Copel para combater o pacotaço. A ideia é mobilizar a sociedade e suas organizações, esclarecendo os riscos futuros da pretensão do governo Beto Richa, pressionando os deputados pela reprovação do projeto.

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