Imagens da audiência no TRT. A Desembargadora Marlene Teresinha Fuverki Sukimatsu e Gerti Nunes, do Saemac |
As
15:30h de ontem, dia 20, encerrou-se a Audiência de Conciliação no Tribunal
Regional do Trabalho, sem que a Sanepar fizesse qualquer modificação em sua
proposta.
A
empresa bateu na mesma tecla da audiência anterior, realizada dia 16/05, de não
avançar em nada na proposta.
O
Saemac fez uma firme argumentação contra essa intransigência, registrando
perante os desembargadores do TRT e o Ministério Público do Trabalho dois dados
novos, que comprovam a intransigência da Sanepar.
O
primeiro dado vem do próprio balanço da empresa, que mostra o crescimento de
67% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2016, em relação ao mesmo período
em 2015.
O
segundo dado apresentado pelo sindicato foi uma entrevista dada pelo governador
Beto Richa à imprensa quando de sua estada ontem, dia 19/05, em Ponta Grossa.
Perguntado pelos jornalistas sobre a greve dos saneparianos, o governador disse
que havia autorizado a Sanepar a conceder reajuste acima da inflação.
Os
representantes da Sanepar tentaram argumentar que a declaração se referia ao
aumento acima de 11,08% no Auxílio Alimentação, mas foram rebatidos pelo
sindicato, uma vez que o governador mencionou reajuste salarial na entrevista.
Representando
a Justiça do Trabalho, a Desembargadora Marlene Teresinha Fuverki Sukimatsu,
que presidiu as Audiências de Conciliação no TRT, por várias vezes pediu a
Sanepar uma melhora na proposta, diante dos evidentes bons resultados financeiros.
Na audiência desse dia 20, cobrou especialmente uma alternativa em favor dos
menores salários. Mas mesmo diante da mediação e senso de justiça da
Desembargadora, a Sanepar não mudou.
Mesmo
sem razão em seus argumentos, a empresa acusou o sindicato de não manter 40% de
empregados nas atividades essenciais, e de tentativa de constranger a entrada
de empregados no trabalho. O Saemac tem provas de que os serviços foram mantidos
com o mínimo de 40% e de que foi a Sanepar que intimidou trabalhadores para
constranger a participação na greve. As provas serão apresentadas pelo
sindicato no processo, mas a maior prova é que não faltou uma gota de água para
a população.
O
Sindicato considera fundamental ter demonstrado na Audiência a intransigência
da Empresa e sua indisposição em melhorar a proposta. Os argumentos colocados e
juntados no processo e o fato da Empresa ter sido intransigente, serão
fundamentais para ajudar a causa dos saneparianos no julgamento do Dissídio
Coletivo pelo TRT.
TRABALHADORES SUSPENDEM A GREVE ATÉ JULGAMENTO DO DISSÍDIO NO TRT
Após
a audiência, em todas as concentrações da paralisação dos saneparianos houve
votação entre os presentes pela continuidade da greve, ou por suspendê-la até o
julgamento do Dissídio, com a indicação de realizar um ato público, com
paralisação, para acompanhamento da sentença no tribunal.
Com
um total de 436 trabalhadores saneparianos presentes na tomada de decisão, 325 votaram
pela suspensão do movimento até o dissídio, 100 votaram pela manutenção da
greve e houve 11 abstenções.
A
greve, foi, então, suspensa até o julgamento do dissídio, ainda sem data
definida.
O
Saemac avalia que o movimento foi fundamental para mostrarmos a realidade do
sanepariano ao TRT e a população do Paraná. Se tivesse adesão de uma grande
maioria de saneparianos, poderíamos ter um desfecho diferente, com a Diretoria
mudando a proposta. Mas mesmo assim, foi fundamental.
Para
o Sindicato, se os saneparianos não lutassem pelo que merecem, estariam abrindo
as porteiras para as coisas piorarem. A greve demonstra o descontentamento e
não permite que a diretoria continue tapando o sol com a peneira. Eles agora
sabem disso, graças à coragem dos que se manifestaram e foram à luta.
O
momento, agora, é de recarregar as baterias. A luta para acabar com o
abismo salarial, a insensibilidade em negociar e os privilégios políticos está
só começando. Com a greve, foi dado um primeiro passo e uma demonstração de
descontentamento e de força. De agora em diante, vamos bater firme contra essas
mazelas.
Parabéns saneparianos que
participaram da greve! Nossa luta não acabou, não foi e nem será em vão! Na
segunda-feira o Saemac vai também protocolar um ofício pelo não-desconto dos
dias parados, considerando que o acordo não está fechado e vai para dissídio.
Entendemos que o assunto dos dias parados deve ser tratado só depois de
resolvido o Acordo Coletivo. A empresa pode entender diferente, mas vamos lutar
por nosso entendimento.