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No 2º dia de greve, protesto dos caminhoneiros atinge 8 Estados

Governo informou que vai aplicar multa de 1.915 reais para quem obstruir as estradas; grevistas, agora, pedem frete mínimo e redução do preço do óleo diesel.

Os caminhoneiros voltaram nesta terça-feira a bloquear rodovias e fazer manifestações em pelo menos oito Estados - Ceará, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e Goiás. 

Este é o segundo dia de protesto organizado pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), grupo desvinculado dos sindicatos da categoria. Nesta segunda-feira (9), os caminhoneiros haviam fechado 43 pontos de estradas em catorze Estados, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Um dos líderes do movimento Ivar Luiz Schmidt disse hoje ao site de VEJA que o objetivo inicial era pressionar a presidente Dilma Rousseff a renunciar. Mas como, segundo ele, a greve não ganhou adesão popular, os caminhoneiros agora vão focar nas reivindicações da categoria, como a criação do frete mínimo, redução do preço do óleo diesel e liberação de crédito com juros subsidiados.

"Nós tínhamos como principal pauta a renúncia da presidente Dilma Rousseff para que o povo se juntasse a nós. Mas o povo não atendeu. Então, nós vamos direcionar a pauta para a categoria", disse Ivar. "Não adianta só ficar na rede social. Apoio virtual é insignificante", acrescentou, criticando a falta de mobilização popular.

Nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o movimento tem "viés político" e determinou a aplicação de multa de 1.915 reais a quem obstruir as estradas. Com o tom áspero, o ministro disse que a Polícia Federal está autorizada a atuar "com rigor" e o "efetivo necessário" para impedir os bloqueios. "Nós não podemos admitir que um movimento político, sem nenhum viés de reivindicação corporativa, sem nenhum viés de reivindicação para a categoria dos caminhoneiros possa trazer prejuízo para a sociedade brasileira. Portanto, atuaremos com vigor para evitar que estradas possam ter obstado o seu livre trânsito", afirmou por meio de áudio divulgado pela assessoria da pasta.

O líder da CNT mantém contato constante com os movimentos que organizaram os grandes protestos que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff - mais especificamente, com o Revoltados Online e o Movimento Brasil Livre, que usaram ontem as suas páginas nas redes sociais para apoiar a greve. O Vem pra Rua, por sua vez, tentou se distanciar do movimento, enviando uma nota dizendo que "não apoia pautas específicas", mas "movimentos pacíficos e ordeiros".

Ivar também voltou a dizer que não há previsão de término da greve. "Vai depender do limite de cada ser humano, pode ser um dia, dois dias, ou uma semana. Não dá para dizer quanto vai durar", disse. Ele também afirmou que hoje está se dirigindo a Brasília para se encontrar com integrantes do Revoltados Online.

No Paraná a BR 376 está parcialmente interditada em dois pontos, nas cidades de Nova Esperança e Paranavaí. Também há manifestantes bloqueando a passagem de caminhões na BR 476, em União da Vitória; na BR 373, no quilômetro 479, em Coronel Vivida; e na BR 369 no quilômetro 178,7. Está parcialmente bloqueada a BR 153, em Ibaiti.

Fonte: Veja

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