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Motoristas e cobradores fazem duas assembleias nesta sexta para decidir sobre novo indicativo de greve


Os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba fazem duas assembleias nesta sexta-feira (27), às 9h e às 15h, para decidir sobre um novo indicativo de greve. As reuniões foram marcadas depois que o sindicato da categoria (Sindimoc) recebeu um ofício da empresas de ônibus informando que elas não têm dinheiro para pagar o 13.º salário dos trabalhadores e também que pretendem demitir 2 mil pessoas.

Caso o indicativo seja aprovado, a entidade que representa os trabalhadores deve respeitar um prazo legal de 72 horas antes de iniciar uma possível paralisação. Nesse cenário, a greve de ônibus poderá começar na próxima terça-feira (1.º). Além da capital, as linhas de ônibus metropolitanas também podem ser atingidas.

A decisão das empresas foi comunicada à Urbs e à Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), que gerencia o transporte metropolitano, por meio de dois ofícios. O déficit no custeio do transporte coletivo é o principal argumento do sindicato das empresas de ônibus (Setransp) para justificar as demissões e cortes no pagamento. As viações que fazem o transporte público da capital têm pressionado a prefeitura para ampliar o valor da tarifa técnica. No fim de setembro, a Urbs fixou a tarifa técnica de 2015 em R$ 3,21. Os empresários pediam o valor de R$ 3,40 e chegaram a levar a questão à justiça, que negou o pedido.

Em Curitiba, as viações alegam empregar mais funcionários do que seria possível pagar com o montante repassado pela Urbs. O “descompasso mensal” no “custeio de pessoal operacional” seria de 20%.

Já as linhas metropolitanas estariam sofrendo com a queda no número de passageiros desde que houve a desintegração da Rede Integrada de Transporte (RIT), em fevereiro deste ano. Além disso, a diferença total entre o que é gasto pelas empresas e o repassado pela Comec seria equivalente a 13,2% “de todos os custos operacionais”, argumentam as empresas.

Negociações
As empresas reivindicam uma negociação a ser realizada “de forma imediata e conjunta”. Caso contrário, a falta de pagamento poderia se repetir na 2.ª parcela do 13.º salário e nos salários de dezembro e janeiro do próximo ano, “perdurando até a negociação coletiva”, que se inicia em fevereiro de 2016, argumentam.

O Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) recebe as partes em reunião na próxima segunda-feira (30). O impasse pode ser mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR), como já ocorreu com a categoria em outras ocasiões.

Além da Justiça do Trabalho, o Sidimoc pretende entrar com uma ação na Fazenda Pública para questionar o valor da tarifa e se há equilíbrio no contrato.

Frota
Curitiba conta hoje com uma frota de 1.368 ônibus e o sistema é operado por cerca de 16 mil empregados – entre motoristas e cobradores. Se as demissões forem realmente efetivadas, ainda não se sabe como ficariam as novas escalas de trabalho. Nesta quinta-feira, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) estava reunido com o presidente da Urbs , Roberto Gregório Junior, para discutir o problema.

Em entrevista pela manhã à Gazeta do Povo, Fruet afirmou que recebeu a notícia do ofício durante a madrugada desta quinta-feira e admitiu não ter solução de imediato. “Vou me debruçar sobre o assunto de hoje até segunda-feira (30)”, disse.

Região Metropolitana
Os ofícios mandados pelo Setransp ao Sindimoc também citam as linhas metropolitanas administradas pela Coordenação da Região Metropolitana, a Comec. Procurado, o órgão se limitou a dizer que ainda não foi informado oficialmente do risco de não pagamento do 13.º dos motoristas e cobradores e que só vai se manifestar quando isso ocorrer.

Fonte: Gazeta do Povo

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