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Governo e professores fazem nova tentativa para encerrar greve no PR

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP- Sindicato) e do governo estadual fazem na tarde desta quinta-feira (24) uma nova tentativa de negociação para colocar fim a greve dos professores iniciada na quarta-feira (23) e que atinge milhares de estudantes da rede pública. Ainda na quarta-feira, o governador Beto Richa (PSDB) recebeu os professores, porém, após duas horas de reunião, não houve acordo, e a paralisação, segundo o sindicato, segue por tempo indeterminado. Enquanto não há uma definição, a orientação é para que pais e alunos entrem em contato com as escolas para verificar se as aulas foram ou não interrompidas.

Existe uma divergência quanto à dimensão da mobilização. Enquanto o sindicato afirma que carca de 70% das escolas ficaram sem aulas, na quarta-feira, o governo estadual alega que a adesão total ocorreu em 22% das unidades de ensino. Ainda de acordo com o governo, aproximadamente 24% dos colégios funcionaram normalmente no período da manhã, enquanto 53,5% das unidades da rede estadual tiveram atendimento parcial. Um novo levantamento deve ser divulgado pela Secretaria Estadual de Educação nesta quinta-feira. Na rede pública estadual são 2.149 escolas, 1.366.251 alunos matriculados e 73.595 professores e pedagogos.

A decisão de suspender as aulas, conforme argumentado pelo APP-Sindicato, teve como base a demora do Executivo estadual em responder às demandas consideradas urgentes pela categoria como um novo modelo de atendimento à saúde, a não implantação dos 33% de hora-atividade para o magistério no início do ano letivo de 2014 e os descontos no auxílio-transporte. Os educadores também cobram a implantação do Piso Nacional para o professor (mínimo de 8,32%), o reajuste no mesmo índice do Piso Regional (7,34%) para os funcionários de escolas, o pagamento das promoções e progressões em atraso e melhoria do contrato de Processo Seletivo Simplificado (PSS).

O governo alega que possui uma política constante de valorização dos professores e cita alguns benefícios que já teriam sido concedidos. Para o encontro desta quinta-feira, ficou combinado que o governo iria apresentar uma contraproposta. A pauta de discussões foi resumida às seguintes questões: piso salarial, progressões e promoções, o restante de 30 minutos da hora-atividade além dos 30% já implantados, o auxílio transporte, o aumento salarial para funcionários e o pagamento do profissional contratado pelo Processo de Seleção Simplificado (PSS) pela habilitação.

Esclarecimento

A Secretaria de Estado da Educação informou que as escolas do Paraná deveriam permanecer abertas tanto para os professores que queiram exercer o trabalho normalmente, quanto para atender os alunos. “Caso o aluno fique sem aula, a família deve exigir da escola um plano de reposição das aulas que faltarem”, diz um trecho da nota oficial divulgada pela secretaria.

Além disso, a pasta afirma que a implementação da hora-atividade pedida pelo sindicato está prevista para o próximo ano letivo quando os novos professores, que estão terminando o atual concurso, tenham assumido as funções. Conforme a secretaria, isso custará R$ 17 milhões por mês ao Estado e que, atualmente, os professores têm 30% de hora-atividade,  o que representa seis aulas por semana sem interação com aluno.

Quanto ao aumento de 10% reivindicado pela categoria, a secretaria diz que o governo oferece um reajuste previsto na data-base, de 6,06%, e que o Paraná paga 70% a mais do que o piso nacional, que é de R$ 1.697,00 para 40 horas. Segundo o governo estadual, o salário inicial em 2013/2014 para 40 horas por semana, já com auxílio transporte, é de R$3.005,94.

Em relação à implantação das promoções e progressões pedidas pelo sindicato, o governo afirma que os professores e funcionários com direito, aproximadamente 22 mil profissionais, começaram a receber em março e que a primeira parcela dos avanços devidos será paga no mês de maio. “Compromisso será totalmente quitado até o fim deste ano”, diz um trecho do esclarecimento emitido pelo governo.

O governo ainda garante estar em fase final de um concurso público para a contratação de 13,7 mil novos professores e pedagogos. De acordo com o governo, nos últimos três anos foram contratados 17.261 novos professores e funcionários aprovados em concurso público e outros 4,2 mil funcionários administrativos e de apoio, que aguardavam nomeação desde 2007.

Fonte: G1.

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