Em meados de agosto ou junho do ano passado, a Associação Médica de Foz do Iguaçu iniciou uma mobilização para reajuste dos honorários médicos que, segundo a própria associação, estariam defasados. Meses depois, em dezembro, a Fundação Sanepar de Assistência Social anunciou aos saneparianos o fim do convênio com o Hospital Ministro Costa Cavalcanti - o mais confiável, equipado e qualificado da cidade.
Nas últimas semanas, o Saemac tem recebido inúmeros e-mails dos trabalhadores de Foz do Iguaçu que estão indignados e revoltados com essa situação. E não é para menos... Além de terem sido informados da decisão primeiramente pelo próprio hospital - que começou a ligar para desmarcar as consultas já agendadas pelo plano; e não pelos representantes da Fundação, os saneparianos agora se sentem totalmente desprotegidos.
Os outros dois hospitais que estariam credenciados à realizar os atendimentos médicos aos trabalhadores infelizmente não possuem a estrutura e os profissionais suficientes para um atendimento de qualidade, ao contrário do que afirma a direção do SaneSaúde. Nem mesmo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estaria à disposição dos saneparianos, para eventuais emergências.
Com isso, o que resta é o deslocamento até outras cidades, como Cascavel e Medianeira, o que gera despesas excessivas, perda de um dia de trabalho, além de ser um risco absurdo à saúde, já que nem todos os males podem esperar mais de 2 horas para serem atendidos e resolvidos. E aí, quem vai arcar com as consequências disso?
Em um exemplo que recebemos de um sanepariano via e-mail, a mulher dele está grávida e, com o fim do convênio com o Hospital Ministro Costa Cavalcanti, ela foi obrigada a trocar de médico no meio da gestação. Além disso, o médico atual diz que possivelmente não poderá realizar o parto, já que não costuma atender pelo SaneSaúde. E agora? Provavelmente o sanepariano terá que levar a mulher até Cascavel para realizar todos os exames e ainda torcer para que a filha dele, que está para nascer, "avise" sobre o parto com algumas horas de antecedência, para que eles consigam chegar até Cascavel. Um absurdo sem tamanho!
Diante disso, procuramos obter uma explicação por parte do Fundação, que se limitou a dizer que os médicos do corpo clínico do Hospital Ministro Costa Cavalcanti estão impondo valores que o SaneSaúde não tem condições de arcar, já que são praticamente os mesmos cobrados em atendimentos particulares, e que eles ainda mantem um canal de negociação com o hospital, para que possam encontrar alternativas para o restabelecimento do atendimento.
A dúvida que não sai da nossa cabeça é: a saúde dos funcionários não devia estar acima de qualquer valor financeiro? E outra: porque a Fundação Copel já fechou um acordo com o hospital, compactuando com os valores impostos por eles? Não é possível que a condição financeira de ambos os planos seja tão diferente assim!
Para tentar resolver a situação, a Assessoria Jurídica do Saemac encaminhou um ofício ao diretor-presidente da Fundação Sanepar, sr. José Luiz Costa Taborda Rauen, solicitando o agendamento de uma reunião para debatermos o assunto. Recebemos a resposta e a reunião foi agendada para o dia 02 de fevereiro de 2012, às 10h.