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O ano mal começou e a tão temida Reforma Previdenciária já assombra o trabalhador brasileiro

A partir do dia 1º de janeiro de 2019 passou a valer a nova regra para solicitar a aposentadoria integral. A fórmula até então era 85/95 na qual ocorria a soma do tempo de contribuição mais a idade do trabalhador em um sistema de pontuação. O benefício era pago em 100% quando esse cálculo atingisse 85 pontos no caso das mulheres e 95 pontos no caso dos homens.

O objetivo dessa fórmula era ajudar o trabalhador a conseguir a aposentadoria integral de forma mais rápida do que se fosse levado em conta apenas o fator previdenciário. Entretanto, para dificultar ainda mais a vida do trabalhador, a partir de agora as regras mudam. Na prática, iniciamos 2019 com a fórmula 86/96, ou seja, há a necessidade de contribuir um ano a mais para ter acesso ao benefício integral. Essa metodologia fará com que até 2026, para o INSS conceder a aposentadoria integral para as mulheres, a soma do tempo de contribuição para a Previdência Social e sua idade terão que atingir 90 pontos e para os homens 100 pontos.

Entretanto, se vocês pensam que os ataques irão parar por ai estão enganados. Como já falamos em nossa página, desde o início do Governo Temer a tão temida Reforma da Previdência vem batendo a nossa porta e agora com a posse de Jair Bolsonaro, volta à tona como uma das prioridades do seu governo.

De acordo com o Economista do Dieese, Sandro Silva, além do aumento gradativo desta fórmula com consequente redução dos valores pagos a ideia da Reforma é mudar a lógica da aposentadoria tirando a responsabilidade do empregador e jogando nas costas do trabalhador. “Atualmente as pessoas que estão trabalhando ajudam a financiar as que estão aposentadas, já o novo Governo deve aderir a um modelo de capitalização em que cada trabalhador vai ter que contribuir e só vai poder utilizar o que acumular ao longo do tempo”. 

Segundo ele, este modelo já é adotado sem sucesso em alguns países do mundo. O Chile é um destes exemplos em que a responsabilidade de contribuição recaiu toda sobre o trabalhador e após 30 anos de trabalho aqueles que foram atingidos por este sistema passaram a receber cerca 1/3 do que recebiam quando ainda estavam na ativa gerando um impacto na vida destes e consequentemente em toda a economia.

É lamentável ver como a classe trabalhadora, principal força que move toda a economia do nosso país é tão menosprezada e atacada pelos governantes. Além de dificultar o acesso, estão criando artimanhas para diminuir cada vez mais o valor do benefício, o qual de tão irrisório, acabará por degradar significativamente a qualidade de vida da população, visando benefícios exclusivos aos grandes empresários, em especial as Instituições Financeiras.

Confira a seguir a entrevista com o Técnico do DIEESE Sandro Silva:

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