Apesar da aparente estabilidade nas taxas de desemprego no
Brasil, a desocupação permanece alta em relação a períodos anteriores. O que
continua aumentando, especialmente depois da aprovação da nova legislação
trabalhista, é a precariedade do trabalho. Em quatro anos, o número de pessoas
com carteira de trabalho assinada caiu quase 4 milhões - de 36.672, em 2014,
para 32.775, em 2018.
Os dados da PNAD Contínua do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (29), mostram
estabilidade nas taxas de desocupação e aumento no número de brasileiros/as
contratados/as sem direitos ou trabalhando por conta própria, ou seja, fazendo
bicos porque não conseguiram uma recolocação no mercado de trabalho.
Precarização
O número de trabalhadores COM e SEM carteira assinada e,
também, o dos que estão fazendo bico porque não conseguiram recolocação no
mercado de trabalho, continua aumenta na era do golpista e ilegítimo Michel
Temer (MDB-SP).
O número de trabalhadores e trabalhadoras COM carteira de
trabalho assinada (32,8 milhões) caiu
mais uma vez (1,1%) na comparação com o trimestre móvel anterior. Isso
significa que o país perdeu 351 mil postos de trabalho com direitos garantidos
pela CLT. Em relação ao trimestre de março a maio de4 2017, a que no número dos
COM carteira foi de 1,5%, ou menos 483 mil trabalhadores sem direitos.
Já o número dos SEM carteira assinada segue aumentando
(2,9%) em relação ao trimestre anterior e mais 307 mil trabalhadores e
trabalhadores que estão em empregos precários, sem direitos. Agora, o total de
sem direitos empregados soma 11,1 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo
trimestre de 2017, o total dos SEM carteira cresceu 5,7% (mais 597 mil
trabalhadores e trabalhadoras sem direitos).
Bicos
O total de trabalhadores e trabalhadoras que não conseguiram
emprego e foram fazer bicos (trabalham por conta própria, segundo o IBGE) ficou
estável em relação ao trimestre de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018 e soma
22,9 milhões de pessoas. Já em relação ao mesmo trimestre de 2017, houve alta
de 2,5%, ou, mais 568 mil pessoas
fazendo bicos para sobreviver.
Rendimento
O rendimento médio habitual, aquele que é recebido por todos
os trabalhadores ocupados, no trimestre móvel de março a abril ficou estável
(R$ 2.187) em relação ao trimestre anterior (R$ 2.200).
Emprego doméstico
A categoria dos trabalhadores e trabalhadoras domésticos,
estimada em 6,1 milhões de pessoas, caiu em relação ao trimestre móvel de
dezembro de 2017 a fevereiro de 2018.