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DISSÍDIO: A HISTÓRIA DA LUTA JUSTA DOS SANEPARIANOS

O julgamento do nosso dissídio, relativo ao ACT 2016/17, está marcado para o dia 18 de outubro deste ano.

O Saemac quer recordar aos saneparianos e Saneparianas a história toda que nos trouxe a esse momento. É muito importante relembrar que estamos nessa luta em busca de justiça salarial, porque a Sanepar se nega a recompor as perdas salarias dos trabalhadores, o que dificulta qualquer negociação.

Movimento grevista em frente à sede,
em Curitiba, dia 04 de maio
VAMOS RELEMBRAR:

- A primeira reunião de negociação em torno do Acordo Coletivo 2016/17 aconteceu no dia 03 de março deste ano, onde o Saemac fez uma explanação geral da pauta de reivindicações dos saneparianos para os representantes da empresa;

- A segunda reunião só foi definida pela empresa para 15 dias após a primeira. Ela
Assembleia na Usfa, dia 12/05, reprova
novamente a proposta da Sanepar,
por não fazer justiça aos saneparianos.
aconteceu em 17 de março e nessa ocasião o Diretor Administrativo deu os primeiros sinais da indisposição em negociar, dizendo que o momento era de retração no consumo e da arrecadação da empresa, argumento que foi destruído pelos fatos. Também salientou que o Comitê de Controle das Empresas Estatais – CCEE, criado pelo
governador Beto Richa, não queria reajustes salariais acima da inflação;

- O Saemac desde aquele momento reagiu com indignação contra qualquer
Passeata até o Palácio Iguaçu, dia 18 de maio
limitação para as negociações avançarem no ACT 2016/17. Naquele momento, mostrou na mesa de negociações o quanto as tarifas haviam sido reajustadas acima da inflação no governo Beto Richa. Enquando a inflação acumulada estava em torno de 40%, as tarifas tinham sido reajustadas em 106,6%;

- Na reunião de 17 de março, ficou marcado um novo momento de negociação para o dia 29
Imagem mostra audiência
no TRT, dia 20 de maio.
de março, onde se esperava que a Sanepar apresentasse uma proposta salarial e de benefíciospara ser discutida;

- Nesse meio tempo, no dia 23 de março foi divulgado o lucro líquido da Sanepar em 2015, que ficou em R$ 438 milhões. Nessa divulgação ficou claro o crescimento da lucratividade, que foi de 4% em 2015, em relação a 2014, e também o crescimento da receita da empresa, que teve uma alta de 13% em 2015, atingindo R$ 2,9 bilhões. Ou seja, já estava claro que não havia nenhum cenário ruim, que impedisse uma boa proposta;

- Quando estava chegando o dia 29, a empresa desmarcou a reunião prevista e só foi marcar nova data para o dia 05 de abril;

- Mas vale a pena lembrar que antes do dia 05 de abril, mais precisamente no dia 01 de abril, saiu também na imprensa (jornal Gazeta do Povo) uma notícia que indignou aos saneparianos que já estavam preocupados com tanta demora da direção da empresa em negociar: a notícia era que a Sanepar estava fechando acordo com a Federação Paranaense de Futebol para ser a nova patrocinadora do campeonato paranaense, no que gastaria milhões, sem necessidade nenhuma dessa publicidade, porque não estava competindo com ninguém;

- Quando houve a reunião, dia 05 de abril, continuando nos dias seguintes, a proposta da Sanepar foi reajustar os salários e benefícios apenas pela inflação medida pelo INPC, de 11,08%. O Saemac percebeu a necessidade de levar a proposta para avaliação dos trabalhadores em assembleias, indicando que a proposta era insuficiente e merecia ser rejeitada;

- De 25 a 27 de abril acontecem as assembleias para deliberar sobre a proposta da Sanepar. Foram ao todo 48 assembleias, em diferentes cidades, de forma que todos os trabalhadores pudessem participar;

- O resultado geral da votação da proposta nas assembleias foi o seguinte: 1131 saneparianos participaram. 800 votaram NÃO, rejeitando a proposta da Sanepar. 290 votaram SIM, concordando com a proposta. 35 saneparianos se abstiveram. 5 anularam seu voto e houve 1 voto em branco;

- Com esse resultado, o Saemac se colocou aberto a continuar a negociar com a empresa a qualquer momento, mas também encaminhou os preparativos para a paralisação, uma vez que a Sanepar havia fechado as perspectivas de uma proposta melhor;

- A primeira paralisação aconteceu de 02 a 04 de maio, sendo que no dia 03 a Sanepar apresentou uma pequena modificação em sua proposta, que consistiu em ampliar o reajuste no vale-alimentação de 11,08% para 12,86% e o valor do Vale lanche para R$ 6,00;

- O Saemac considerou as duas “novidades” como jogo de cena para fazer de conta que estavam negociando, pois já poderiam ter sido apresentadas pela Sanepar antes das assembleias que decidiram pela greve. O sindicato e os trabalhadores já tinham deixado claro que o caminho seria elevar o valor dos menores salários, muito deteriorados na Sanepar, distribuindo linearmente o resultado do reajuste de 11,08% sobre a folha de pagamento da empresa;

- De 10 a 12 de maio aconteceu nova rodada de assembleias para decidir sobre a proposta “modificada” da Sanepar e ela foi novamente rejeitada pelos saneparianos, dando início a nova paralisação, no dia 17;

- Antes da paralisação, no entanto, houve uma audiência convocada pelo Ministério Público do Trabalho, que aconteceu no dia 16/05, buscando intermediar o conflito trabalhista. Porém, nessa audiência, a Sanepar não avançou em nada sua proposta;

- A segunda paralisação veio em consequência da intransigência da empresa e durou do dia 17 ao dia 20 de maio.

- Ainda durante a segunda paralisação, outra notícia mostrava o quanto temos razão em nossa luta por melhoria salarial: o lucro líquido da Sanepar cresceu 67,5% no primeiro trimestre de 2016, comparado ao mesmo período de 2015. Em valores, o resultado foi um lucro de R$ 144,3 milhões em 2016, contra R$ 86,1 milhões no ano passado. As receitas da Sanepar cresceram 21% apenas no primeiro trimestre deste ano;

- No dia 20 de maio houve uma Audiência de Conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, sem que a Sanepar fizesse qualquer modificação em sua proposta. No dia 20, após a audiência, os saneparianos que estavam em greve e em assembleia permanente, votaram pela suspensão do movimento, aguardando uma decisão no processo de dissídio que foi instaurado pelo Ministério Público do Trabalho;

- Da instauração do Dissídio até aqui, houve pressão de todo tipo, vindas de gente que faz o trabalho de pressão para a direção da empresa. O sindicato não se dobra a isso. Ao contrário, nossa preocupação foi de documentar bem o processo, para ter argumentos a nosso favor no julgamento;

- Na avaliação do Saemac, os saneparianos que participaram da greve tiveram papel importante no fortalecimento da luta contra o abismo salarial existente na empresa, pois sem enfrentar a intransigência da empresa os trabalhadores acabam sendo vítimas de dirigentes sem compromisso com o quadro funcional.

Conclusão: vamos para o julgamento no dia 18 de outubro com a consciência de trabalhadores que têm brio e de um sindicato de luta.

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